Posse: Aline participa da despedida de Thiesco Crisóstomo, que chora ao deixar a função (Foto: Pastoral da Juventude/Divulgação) |
Graduada pela UNOESC em gestão ambiental, o projeto de fazer mestrado ficará para depois. Já em Florianópolis, para as aulas de especialização em Juventude, Aline contou que o que prevaleceu foi o apoio dos pais, ex-agentes da Pastoral da Juventude (PJ), “apesar de acharem isso uma coisa meio louca” e do bispo diocesano, dom Manoel João Francisco, com o qual foi aconselhar-se semanas atrás. “Ao final, perguntei: ‘dom Manoel, gostaria de saber se terei da água desta fonte para beber todas as vezes que eu vier buscar’. Ele sorriu e me respondeu: ‘sim. Terás sempre que precisar’”, escreveu na sua carta de apresentação ao colégio eleitoral.
Desafios
Segundo Aline, “a secretaria nacional não é um espaço de poder, é um espaço de serviço”.
— São duas frentes de atuação. A missionária, com visitas a coordenações da pastoral e grupos jovens de todo o país; e a executiva, que inclui redação de relatórios, o diálogo com a CNBB e a participação na Pastoral Juvenil nacional (integrada por diversas expressões juvenis da Igreja Católica).
Como parte das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), os grupos de base da PJ tem o compromisso de ampliar a atuação nas áreas urbanas. Para Aline, o desafio está em abrir-se outras possibilidades para a organização dos grupos de jovens nas cidades, a partir de interesses específicos como cultura ou direitos humanos. Ela garantiu, no entanto, que os grupos continuarão a ser essenciais porque “eles são a célula vital da pastoral”. O tema foi discutido na Ampliada, que não chegou a uma conclusão.
A sua primeira tarefa é encontrar uma sede para o escritório da secretaria, que virá de Marabá, PA, onde vive Thiesco Crisóstomo. Logo após deixar o cargo escreveu para a sucessora em uma rede social: “Obrigado pelo teu sim”.
Rede de amigos
Por enquanto, a eleição lhe rendeu novos amigos e seguidores de todo o país no seu perfil eletrônico, cumprimentos e agradecimentos.
“Aline Ogliari. Das terras de Santa Catarina para o serviço missionário da secretaria da Pastoral da Juventude. Acolhamos com alegria, nunca esquecendo da dimensão do cuidado, essa jovem que nos próximos três anos será nossa secretária nacional”, escreveu Thiago Cardoso, de Mogi das Cruzes, SP.
“Aline seja bem-vinda, torcemos e rezamos pela sua caminha na secretaria nacional, estamos sempre a disposição para ajudá-la no que for preciso. A diocese de Jatai Paróquia São Vicente de Paulo, grupo de jovens JAC da cidade de Rio Verde vos abraça. Paz e bem”, foi a mensagem do Goiano Bruno Alves Eufrazio.
“Meu coração se enche de alegria em saber que esta guerreira assume de modo ainda mais intenso o compromisso em defesa da vida da juventude. Felicidade, sabedoria e amor a você, Aline Ogliari”, desejou sua amiga Aline Nandi, natural de Jaguaruna, SC.
Quando ela deixar a função, em 2017, a PJ terá completado 43 anos. Até lá, Aline espera a pastoral “esteja mais fortalecida e proporcione meios concretos de defesa de vida dos jovens”. Caberá a ela, ser a principal articuladora dos seis projetos nacionais existentes, um deles trata especificamente da questão, chamado “A juventude quer viver”, ao qual cabe criar mecanismos de denúncia de violação dos direitos da Juventude.
A ex-secretária diocesana da Pastoral da Juventude em Chapecó, Fernanda Segalin, conheceu a Aline quando ela ainda atuava na paróquia de Modelo, e ajudou a organizar Semana do Estudante nas escolas da cidade. “A Aline é crítica, firme! É cheia de sonhos de transformação do mundo”, revelou.
Desde então, Aline foi coordenadora paroquial, secretária diocesana e membro da coordenação regional da PJ. Com oito anos de experiência pastoral, ela garantiu empenho no trabalho.
— Comprometo-me a seguir na fidelidade Evangélica que a Pastoral da Juventude tem, e a seguir caminhando junto a tantos/as rumo à Civilização do Amor, — declarou a nova secretária.
Marcelo Luiz Zapelini
Matéria retirada do site do Regional Sul 4 da CNBB