Essa semana estive lendo na Revista Mundo Jovem uma entrevista do doutor em Sociologia Política e professor da Unisinos, Carlos Gadea que pesquisa a temática da violência urbana e juventude onde ele apresenta alguns “enfoques perversos sobre a violência” causado pela mídia. Gadea apresenta que “é superdimensionada a mentalidade de relacionar a violência ao jovem. Até porque nos últimos anos se tem uma onda de programas de TV, principalmente em algumas redes nacionais, em que se incentiva essa questão de estigmatizar”.
Já escrevi nesse espaço em outras oportunidades exemplos de incoerências de alguns canais de televisão, bem como o direcionamento que os mesmos fazem para alienar, muitas vezes, aqueles que estão recebendo a informação e tomam aquilo como verdade absoluta. Outra questão que Carlos Gadea aborda é que “quem escuta na TV o termo menores já faz uma cadeia de significados, geralmente negativos, e que têm a ver com o mundo do delito. Às vezes, esse menor não cometeu delito, mas já foi enquadrado como suspeito por causa dessa lógica que está disseminada”.
“Há diversos programas que, do ponto de vista dos direitos humanos, estão repletos de palavras com conotações racistas, estigmatizantes, que degradam o ser humano, que expõe a miséria humana e ainda lucram com isso. Porque é um grande mercado de criar notícias, são narrativas que constroem uma falsa realidade e fazem com que as pessoas façam associações negativas quando ocorrem determinados episódios”, declara Gadea em outro trecho da entrevista se referindo a exposição do jovem como violento perante a mídia e sobre os efeitos que isso traz para a sociedade.
Um dado importante que o pesquisador apresenta é que as principais vítimas de homicídio são jovens e também negros. Ainda segundo Gadea cada um de nós é elemento da violência, consumidor dela, porque estamos nessa realidade. Estamos num mundo competitivo, o que nos torna mais conflitivos. Aborda ainda que há temor , desconfiança do outro. “As pessoas não se aproximam, e isso tem a ver com o modo como a violência circula ali”, complementa.
Pra finalizar o pesquisador apresenta a dificuldade de se encontrar soluções. “Sempre quando se fala em políticas públicas para a juventude, se pensa no mesmo paradigma, como se a salvação fosse através do mercado de trabalho. Então se criam cursos profissionalizantes, mas nunca se pensa em oferecer algo mais qualitativo. Outro paradigma é do esporte, jogar futebol, gastar energias ou ficar sob uma árvore tocando guitarra. O esporte é para corpos que tenham possibilidade para o esporte, mas e os que não têm? As possibilidades são para alguns, mas não para os que estão mais vulneráveis. Esses continuam sob a tutela de ONGs ou até do Estado, que repassa dinheiro e mais dinheiro e acaba sustentando essa situação”, finaliza Gadea.
“Há diversos programas que, do ponto de vista dos direitos humanos, estão repletos de palavras com conotações racistas, estigmatizantes, que degradam o ser humano, que expõe a miséria humana e ainda lucram com isso. Porque é um grande mercado de criar notícias, são narrativas que constroem uma falsa realidade e fazem com que as pessoas façam associações negativas quando ocorrem determinados episódios”, declara Gadea em outro trecho da entrevista se referindo a exposição do jovem como violento perante a mídia e sobre os efeitos que isso traz para a sociedade.
Um dado importante que o pesquisador apresenta é que as principais vítimas de homicídio são jovens e também negros. Ainda segundo Gadea cada um de nós é elemento da violência, consumidor dela, porque estamos nessa realidade. Estamos num mundo competitivo, o que nos torna mais conflitivos. Aborda ainda que há temor , desconfiança do outro. “As pessoas não se aproximam, e isso tem a ver com o modo como a violência circula ali”, complementa.
Pra finalizar o pesquisador apresenta a dificuldade de se encontrar soluções. “Sempre quando se fala em políticas públicas para a juventude, se pensa no mesmo paradigma, como se a salvação fosse através do mercado de trabalho. Então se criam cursos profissionalizantes, mas nunca se pensa em oferecer algo mais qualitativo. Outro paradigma é do esporte, jogar futebol, gastar energias ou ficar sob uma árvore tocando guitarra. O esporte é para corpos que tenham possibilidade para o esporte, mas e os que não têm? As possibilidades são para alguns, mas não para os que estão mais vulneráveis. Esses continuam sob a tutela de ONGs ou até do Estado, que repassa dinheiro e mais dinheiro e acaba sustentando essa situação”, finaliza Gadea.
Texto escrito pelo Estudante de Jornalismo, Rodrigo Jung, que atualmente está coordenador da Pastoral da Juventude na Diocese de Foz do Iguaçu e Presidente do Conselho Municipal de Políticas Públicas de Missal. O mesmo texto foi publicado na coluna opinião do Jornal impresso Portal Missal.